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Liberdade

Trinca-ferros ganham a liberdade no Parque Nacional da Tijuca

Antes da soltura, aves tiveram acompanhamento veterinário

Foto: Vitor Marigo
Foto: Vitor Marigo
Um projeto inédito de reforço populacional de trinca-ferros (Saltator similis) acaba de concluir uma de suas mais importantes etapas dentro do Parque Nacional da Tijuca. Três aves desta espécie (dois machos e uma fêmea) ganharam a liberdade na manhã desta quinta-feira (28/04), após a soltura no meio da Mata Atlântica protegida pelos limites do Parque.

Essa iniciativa, que renova as esperanças na luta pela preservação da biodiversidade brasileira, é só o começo de uma ação de combate ao número extremamente reduzido de trinca-ferros na maior floresta urbana já replantada pelo homem. Há alguns anos, o trabalho final de mestrado da pesquisadora Giuliana Caldeira Pires Ferrari, da UFRJ, concluiu que o número dessas aves era extremamente baixo nesta Unidade de Conservação (UC) e orientou o reforço da população para evitar a sua extinção local.

Foram recursos financeiros de emendas parlamentares, uma parceria sólida do Parque com o Refauna - que já dura 12 anos -, o apoio do centro de triagem de animais silvestres do Ibama no Rio (Cetas-RJ), do Bioparque, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, da PUC-Rio, que levaram às cenas de liberdade na natureza.

Todos os recursos foram investidos na compra de materiais e na infraestrutura adequada para receber esses pássaros, que foram caçados ao longo dos anos. Além disso, a infraestrutura criada servirá de apoio ao desenvolvimento de outros projetos de refaunação na UC.

O começo desta história e a importância dessas aves

Os trinca-ferros fazem parte da complexa e importante interação ecológica entre fauna e flora. Eles, por exemplo, se alimentam de insetos e de sementes, o que auxilia, respectivamente, no controle desses invertebrados e na dispersão de sementes que são importantes para a manutenção da floresta.

Primeiramente, os trinca-ferros saíram do Cetas-RJ, em Seropédica, e foram transferidos para o Bioparque, no Rio, onde ficaram em quarenta. Tiveram acompanhamento veterinário, fizeram exames de saúde, de sexagem e se recuperaram fisicamente. Só depois desse período no Bioparque é que a preparação para o Parque Nacional da Tijuca teve início, com o apoio do Refauna.

Em fevereiro de 2022, eles chegaram no Parque para um processo de adaptação. Ficaram em seus viveiros por cerca de 60 dias, com alimentação similar àquela que encontrarão na natureza e tiveram treinamento de voo para reaprender a fugir de predadores. Livres na natureza, essa espécie vive de 15 a 20 anos.

A expectativa inicial é que, ao longo de todo o projeto, pelo menos mais 40 trinca-ferros sejam liberados dentro do Parque. De acordo com especialistas, ações como esta aprimoram o manejo de soltura de espécies ameaçadas. Com o aperfeiçoamento das técnicas, cria-se a possibilidade de implantar essa prática em outras áreas do país, onde a população de algumas espécies é escassa ou corre risco de extinção.

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