O engenheiro José Pedro, 28, mora em Vila Isabel, na Zona Norte carioca. Nos últimos dias, caminhando pelas ruas do bairro, ele fez inúmeros registros das calçadas com pessoas em situação de rua. Segundo Pedro, há algum tempo, houve um aumento significativo dessa população na área e isso tem preocupado não somente pela segurança, mas também pelas condições precárias em que as pessoas se encontram.
Ao portal Grande Tijuca, o engenheiro contou as coisas que tem observado no cotidiano do bairro e comentou sobre suas tentativas frustradas de amenizar o problema.
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"Eu queria que isso fosse divulgado para que a Prefeitura fizesse mais algumas tentativas de acolhimento. Eu nunca vi Vila Isabel desta maneira. Ligo para o 1746 e, às vezes, eles falam que não tinha ninguém na calçada", disse o morador.
As imagens registradas por Pedro foram feitas em ruas como a Visconde de Abaeté e a Avenida 28 de Setembro, a principal via de Vila Isabel. O engenheiro ainda relatou que muitos indivíduos sujam as ruas e também participam de furtos de cabos urbarnos.
"Muitos moradores de rua rasgam os sacos de lixo na calçada, furtam os cabos de telefone e, até, bicicletas. Alguns deles frequentam aquela cracolândia perto da Uerj. Por isso, acho que deveria haver um recolhimento compulsório, pois eles não saem daqui sem ser assim" sugeriu
Tânia Regia foi assessora da subprefeitura na gestão do ex-prefeito Eduardo paes e do ex-subprefeito Márcio Ribeiro. Ao GT, ela disse que constatou um aumento significativo da população em situação de rua.
"Eles dormem o dia todo em baixo das marquises. Não podemos mais frequentar alguns restaurantes para almoçar, pois o fedor de urina é insuportável. A própria Região Administrativa e a Superintendência não atuam firmemente em operações frequentes! Na gestão passada, a subprefeitura atuava quatro vezes por semana, sempre à noite! Hoje, Vila Isabel é um bairro sem representante perante a prefeitura!", lamentou Tânia.
Diante da situação, o portal Grande Tijuca procurou a atual gestão da Superintendência da Grande Tijuca para obter um posicionamento órgão sobre o problema. Em nota, a assessoria da Superintendência informou que todas as solicitações recebidas, que se referem às pessoas em situação de rua, são encaminhadas para a assistência social.
"As operações têm sido realizadas pelas equipes de acolhimento. No entanto, como não há internação compulsória, essas pessoas acabam voltando para os locais que mais lhe favorecem para recebimento de comida e ajuda com suprimentos. Logo, acabam não aceitando o acolhimento para os abrigos que a Prefeitura oferece", completou a nota.
Vale ressaltar que, no último final de semana, o GT publicou uma reportagem especial que abordou o tema do crescimento da população de rua no período da pandemia. A matéria 'A gente não quer só comida' apresentou as demandas desses cidadãos, bem como dados que apontavam o crescimento do índices no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro.