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"Cada macaco no seu galho"

Macacos-prego são vistos passeando por Vila Isabel

Moradores estão preocupados com o aparecimento de espécie no local

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Moradores de Vila Isabel estão preocupados com o aparecimento de macacos-prego em imóveis do Boulevard 28 de Setembro. Segundo moradores, os animais estão subindo nas árvores e danificando telhados de imóveis próximos ao Hospital Universitário Pedro Ernesto.

Nossa redação recebeu imagens que mostram um desses macacos-prego subindo a fachada do Hospital Pedro Ernesto e entrando na unidade.

"Esse macaco tem entrado direto no Hospital Pedro Ernesto e nos imóveis próximos. Essa semana alguns alunos de uma escola aqui ao lado disseram que viram eles andando por lá também. Minha casa está com o telhado quebrado porque o macaco está tirando a telha do lugar para entrar. Alguém tem que fazer alguma coisa. O animal não pode ficar solto por aqui", desabafa o morador Antonio Bezerra.

Para o ambientalista Sérgio Ricardo, coordenador do Movimento Baía Viva, o surgimento dessas espécies em local urbano se daria pela expansão imobiliária na Floresta da Tijuca ou animais retirados de seus habitat e que fugiram de algum cativeiro.

"Os animais têm perdido território para a expansão urbana desenfreada. Na Barra da Tijuca, os jacarés de papo amarelo que habitam as lagoas e brejos há séculos têm, vez por outra, "invadido" as ruas do bairro, em geral por falta de território e também em busca de comida. As lagoas, que estão tendo seu tamanho cada vez mais reduzido para dar lugar à construção de prédios, já não fornecem, infelizmente, todo o alimento que estas espécies precisam. A mesma coisa, provavelmente, deve estar acontecendo com estes macacos-prego que podem ter seu habitat natural na Floresta da Tijuca ou podem ter fugido de alguma residência que os tinha prisioneiros. Para criar animais em cativeiro, é obrigatório ter a licença de criador dada pelo IBAMA. Creio que, dificilmente, este órgão ambiental federal daria autorização para se criar macacos presos em área urbana. Eles precisam ser capturados pelo Corpo de Bombeiros, que os encaminharia para o Centro de Triagem de Animais Silvestres, localizado em Seropédica, e depois de um processo de adaptação, seria avaliado se esta espécie poderia ser ou não reintroduzida na Mata. Em geral, são soltos em Unidades de Conservação da Natureza como Parques, onde possam ter alimentos disponíveis, água e, principalmente, tranquilidade que as cidades barulhentas e poluídas não têm", disse o ambientalista.

A Patrulha Ambiental orienta aos moradores que, quando flagrarem animais silvestres em área urbana na cidade do Rio ou em qualquer situação de risco, fora do seu habitat, acionem os agentes ambientais por meio da Central 1746, para um resgate seguro. O manuseio não é aconselhável e, muito menos, tentar afugentá-los, pois pode agravar qualquer lesão que os animais apresentarem.

O portal Grande Tijuca entrou em contato com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, responsável pelo Hospital Pedro Ernesto, com a Patrulha Ambiental, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e com o IBAMA para saber quais medidas estão sendo tomadas para que esses animais sejam recolhidos e levados para o seu habitat natural.

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro respondeu em nota que "está há cerca de 20 dias monitorando o macaco. Uma de nossas professoras do departamento de zoologia está verificando de perto o caso. Ela já comunicou ao IBAMA, ao INEA e ao ICMBio. Por ser de uma espécie endêmica da região, ele não pode ser retirado sem a devida autorização legal do IBAMA e sem o acompanhamento de um veterinário do INEA. A professora, junto a esses órgãos, vem estudando as melhores alternativas para a situação".

Já a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Prefeitura do Rio, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, do Ministério do Meio Ambiente, não se pronunciaram sobre o caso até o fechamento dessa matéria.


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