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Eleições 2020

Luiz Lima: "Segurança pública será uma das prioridades e a Guarda Municipal será empoderada"

Candidato do PSL afirma que Rio precisa de gente honesta no governo

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Dando continuidade às entrevistas com os candidatos que disputam o cargo de prefeito do Rio de Janeiro nestas eleições, publicamos o perfil e as respostas dadas pelo candidato do Partido Social Liberal (PSL), Luiz Lima.

Após longa e vitoriosa trajetória como atleta de natação, Luiz Lima, de 42 anos, entrou para a administração pública em 2016, dois meses antes da Olimpíada do Rio, como Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, então, a maior secretaria do Ministério do Esporte.

Em 2018, após convite do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, entrou no Partido Social Liberal (PSL). Eleito deputado federal com 115.119 votos, com uma plataforma de esporte como pilar da educação e combate à corrupção, foi o 8º mais votado no Estado e teve 48.001 votos só na cidade do Rio. Luiz Lima foi, também, o único deputado da base do governo em primeiro mandato a ter um projeto de lei aprovado em 2019. O PL 510/2019 alterou a Lei Maria da Penha, garantindo à mulher agredida o direito ao divórcio ou rompimento da união estável de forma muito mais ágil. Confira a entrevista com o candidato.

Por que você deseja ser prefeito (a) do Rio de Janeiro? O que te motivou a encarar o desafio?

Aceitei o desafio porque sou honesto e acho que o Rio está precisando disso agora. Tenho certeza que dentro do cenário caótico e de crise moral que vive o nosso município, acho que foi da vontade de Deus que eu aceitasse esse desafio de me candidatar a prefeito do Rio, em meio a tantos escândalos no nosso município. A gente vê que falta comprometimento realmente com o bem-estar do carioca. O Rio de Janeiro pede ordem, pede controle administrativo, da Ordem Pública. É muito triste ver como estão matando o que o carioca tem de melhor, o seu bom humor.

Qual a importância da região administrativa da Grande Tijuca para a gestão pública. Quais seus principais projetos para a região?

As Regiões Administrativas precisam funcionar como 'olhos e ouvidos' do prefeito nos bairros. Elas estão ali bem perto dos moradores, no local onde os principais problemas acontecem. Por isso, precisam ser fortalecidas pela Prefeitura para que funcionem efetivamente, com autonomia, ouvindo as demandas dos moradores e encaminhando tudo para as secretarias responsáveis, para que a população perceba que a voz dela é ouvida de verdade. Aí entra também a importância das redes sociais, que podem auxiliar nessa interação com os moradores, recebendo demandas, reclamações e sugestões. Isto ajudaria as equipes da Regiões Administrativas a darem celeridade a cada situação. Não podemos esquecer, ainda, que muitas Regiões Administrativas têm problemas estruturais em suas instalações. A da Tijuca, por exemplo, na Rua Desembargador Isidro, precisa de reforma urgente".

Caso seja eleito, quais vão suas propostas para a gestão da saúde no município, principalmente pelo prisma da pandemia. Até porque, se eleito, ainda enfrentará o vírus.

Os problemas da saúde no município do Rio de Janeiro são anteriores ao Coronavírus. Mais do que nunca, é preciso administrar com eficiência os recursos que temos e ampliar os investimentos de forma inteligente. Uma medida importante é otimizar o acesso a procedimentos urgentes, por meio de parcerias com o setor privado. Vamos capacitar os agentes comunitários de saúde para lidar com a pandemia da Covid-19, assim como atender pacientes com DSTs, obesidade e outras questões. O paciente passa pelo primeiro atendimento no posto e quando vai para o hospital municipal não tem uma comunicação. É muito importante a comunicação também com os profissionais da ponta para sabermos identificar o que está sendo feito de errado e o que está sendo feito certo".

Uma das questões que os moradores da Grande Tijuca reclamam muito é segurança pública. Durante a pandemia, inclusive, na falta de "vítimas nas ruas", tivemos furtos de cabos de aço, portões de ferro, bicicletas. O que a Guarda Municipal realizará na sua gestão?

Conto com o delegado Fernando Veloso como meu vice-prefeito. A segurança pública será uma das prioridades do meu governo. As prefeituras, através das guardas municipais, fazem parte do sistema de segurança. A Guarda Municipal será empoderada, não só através do armamento de segmentos específicos, que precisam ser altamente qualificados e treinados, com padrão internacional, mas vai trabalhar de forma integrada com a Polícia Civil e Militar".

Um dos maiores problemas vividos pelos cariocas, incluindo moradores da Grande Tijuca, é o desemprego. A pandemia fez com que tradicionais empresas, restaurantes e demais comércios fechassem as portas. O que fazer para retomar a economia no município e como ter mais ofertas de empregos na cidade?

Os setores cultural e de serviços são a grande vocação da nossa cidade. Precisamos melhorar o ambiente de negócios para os empreendedores, principalmente, os donos de micro e pequenas empresas. Vamos também estimular as cooperativas. Nesse sentido, infraestrutura e segurança são itens imprescindíveis. O nosso Plano de Governo prevê a recuperação e urbanização do Mercado São Sebastião, na Avenida Brasil, e outros centros distribuidores, como a Cadeg, criando novos espaços de interesse, e incentivar a abertura de outros mercados nos novos padrões internacionais em mais regiões, como Porto do Rio, Jacarepaguá, Guaratiba e Santa Cruz. Para apoiar a área cultural e do entretenimento, que foi duramente afetada pela pandemia, vamos criar um fundo municipal de investimento nesse setor. Vamos estimular feiras e eventos, com oferta variada de shows, esporte e entretenimento. Temos equipamentos municipais de cultura na região, como o Centro da Música Arthur da Távola e o Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, que ainda precisam ser mais conhecidos da população. Além de elaborarmos uma programação de qualidade durante o ano inteiro, temos que abrir espaços nestes palcos para jovens talentos da Grande Rio".

O Sambódromo foi alvo de polêmicas nos últimos Carnavais. O período de folia, inclusive, teve redução do investimento da Prefeitura. E é sabido o quão importante para a economia e turismo da cidade o período do Carnaval. Como será tratado o Carnaval na sua gestão? Vai ter mais investimento? E os blocos?

É fundamental o resgate do carnaval de rua nos bairros, com as bandas, blocos e cordões. Uma tradição que precisa ser valorizada e apoiada, e não perseguida. os últimos anos, a Prefeitura do Rio não montou palcos na Tijuca e Vila Isabel, por exemplo, que eram uma tradição para as famílias. Isso precisa voltar. Além de valorizarmos as grande escolas de samba da região, como Salgueiro, Unidos da Tijuca, Vila Isabel, Império da Tijuca, Flor da Mina do Andaraí e outras".

O Rio, depois das Olimpíadas, teve o "legado olímpico" de equipamentos esportivos que foram abandonados pelo poder público. Dinheiro público que está parado. O que planeja para estes espaços?

Vamos dar um choque de gestão nesse tema. Como ex-atleta olímpico, sempre vi os Jogos Olímpicos e Paralímpicos como uma dádiva para a cidade. Vamos buscar a iniciativa privada para juntos salvarmos o legado olímpico com a exploração eficiente de equipamentos esportivos, diminuindo ou eliminando seus custos de manutenção."

Qual é o posicionamento do/a candidato/a sobre o Plano de Carreira dos Profissionais da Educação, o investimento na valorização e qualidade do trabalho e estrutura das escolas?

Eu sou professor de Educação Física e acredito que a educação é fundamental para transformar a vida das pessoas. Ao mesmo tempo, temos o desafio de equilibrar as despesas com pessoal e previdenciárias que sufocam as contas do Rio de Janeiro. Hoje, a educação responde por 61% dos gastos com pessoal, enquanto a saúde, por exemplo, consome 26,6%. Temos que implementar modelo de gestão baseado em resultados, com indicadores e metas bem definidas. Acredito que devemos reconhecer os profissionais e alunos bem avaliados. O caminho é valorizar o professor, por meio de aumentos na remuneração de forma progressiva e de bonificações por diminuição das taxas de reprovação e evasão, assim como por bom desempenho em testes nacionais de avaliação. Outra medida necessária é formar uma comissão temporária de visitas e fiscalizações para atuar em escolas e creches com o objetivo de averiguar as condições da infraestrutura das unidades de ensino, ouvir a comunidade e encaminhar propostas de solução para o Executivo municipal".

O estado do Rio tem tido, nos últimos governos, diversos casos de corrupção, com governadores cassados, presos e escândalos desvendados. Isso ocasionou uma 'falência' que resultou num pedido de recuperação fiscal. E há informações que o município também poderá ter problemas de fluxo de caixa. O que fazer para que a corrupção não se instale no seu governo e como fazer para o município arrecadar mais e evitar o mesmo caminho do Estado?

O Rio de Janeiro vive sobretudo uma falência moral. O carioca precisa de governantes honestos, vigilantes e competentes no comando da administração pública. O orçamento aprovado pela Câmara Municipal para 2020 prevê equilíbrio entre receita e despesa em R$ 32 bilhões. Esse cenário é fantasioso, considerando o forte descontrole administrativo aliado à desaceleração econômica causada pela pandemia da Covid-19. Teremos que adotar medidas de curto prazo, que gerem resultado imediato, e outras de longo prazo, que possam trazer um equilíbrio fiscal sustentável para o município. Vamos reduzir o número de secretarias, reanalisar contratos, revisar a estrutura de cargos comissionados e avaliar o quadro geral de funcionários do município, buscando sempre eliminar ineficiências".

Que recado deseja falar para os eleitores do Rio. Por que sua chapa é a melhor opção para o município?

Tem muita coisa para fazer, mas é possível mudar. O Rio de Janeiro precisa de uma administração eficiente, com olhar humanizado para as necessidades do carioca. E não podemos esquecer: 'o Rio tem opção'. Conheço o carioca e toda sua adversidade. Me tornei deputado federal, nunca imaginei ser político e candidato, mas vendo essa situação de calamidade moral que vive nosso município, percebi que o meu destino é ser candidato para prefeito da cidade. Encaro como um missão. Estarei alinhado com o governo federal na segunda maior cidade do país. O Rio é para todos. Antes de tudo, somos cariocas".
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