Dólar
Euro
Dólar
Euro
Dólar
Euro

Voando alto

Da Mangueira para o mundo: violinista Nathan Amaral vence o Sphinx 2024

O concurso norte-americano reconhece jovens talentos negros e latinos, tocadores de cordas clássicas

Imagem de destaque da notícia

O som da Mangueira chegou mais longe. E, dessa vez, quem leva para o mundo o nome do berço de grandes sambistas, como Cartola e Nelson Sargento, é Nathan Amaral. O jovem de 28 anos, criado no morro carioca, venceu a 27ª edição do concurso Sphinx na categoria sênior (dos 18 aos 30 anos), em Detroit, Michigan (EUA). O concurso, que reconhece jovens talentos negros e latinos, tocadores de cordas clássicas, rendeu ao violinista um prêmio equivalente a US? 50 mil em contratos para participar como solista em concertos de grandes orquestras norte-americanas.

Nathan conquistou esse feito no último dia 27, tocando na final o primeiro movimento do concerto para violino e orquestra, em sol menor, op.80, de Samuel Coleridge-Taylor, compositor inglês de ascendência africana. Em sua apresentação vencedora ele foi acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Sphinx, a única negra e latina com os melhores músicos dos Estados Unidos. Confira o momento no vídeo postado pelo violinista neste link.

"Como homem negro, nascido e criado no morro, vencer esse prêmio internacional tocando um concerto de um compositor de origem negra e uma orquestra com origem tão parecida com a minha significou muito para mim. Apesar do meu repertório ser mais clássico, guardo sempre a Mangueira em mim e imprimo essa ginga do samba em tudo o que toco", revela Nathan. "Espero que, com isso, possa inspirar outros jovens que cresceram como eu, nas favelas, enfrentando muitas adversidades, a acreditarem que podem chegar onde quiserem e ocuparem os espaços que sonham", emociona-se o violinista.

O reconhecimento no Sphinx soma-se a uma lista extensa de condecorações, que inclui o Prêmio Paul Roczek, da Universidade de Mozarteum, em Salzburg (Áustria), como melhor aluno; o Concurso Internacional de Weimar; o Wiener Klassik Preis e, por duas vezes, o concurso Eleazar de Carvalho, maior prêmio de violino do Brasil.

Como tudo começou

Nathan Amaral começou a aprender violino aos 12 anos, graças a um projeto social do Centro Cultural Cartola, que oferecia aulas de música às crianças do Morro da Mangueira, e não parou mais. Conquistou o mundo em 2017, aos 21 anos, quando foi estudar na Universidade Mozarteum, em Salzburg, na Áustria.

"Minha mãe, dona Roberta Amaral, sempre foi minha maior incentivadora. Quando bateram à nossa porta oferecendo uma vaga no projeto social, eu nem sabia ainda o que era tocar violino, então, não queria aceitar, mas ela me fez mudar de ideia. Graças a minha mãe, pude seguir pelo caminho da música e fui ensinado a acreditar no meu potencial", conta Nathan.

Vivendo no exterior há 8 anos, hoje, o violonista estuda em um dos melhores conservatórios de música dos Estados Unidos, o New England Conservatory of Music, em Boston, com bolsa do Programa Líderes Estudar, oferecida pela Fundação Estudar. Anteriormente, atuou ainda como solista e músico de câmara no Wigmore Hall (Londres, Reino Unido), a Filarmônica de Berlim (Alemanha) e o Grosser Saal Mozarteum (Salzburg, Áustria).

Deixe sua opinião

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis