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Desrespeito

Criança autista espera mais de uma hora para ser atendida em posto do Rio Card

Morador do Andaraí reclama que filho não teve direito de prioridade atendido

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Um morador da Andaraí, que tem um filho de 5 anos com espectro autista, teve que esperar mais de uma hora para ser atendido em um posto da Rio Card, no Centro. Segundo Diego Guimarães, ele e seu filho estiveram no posto na av. Presidente Vargas, para retirar o Rio Card para a criança, que tem espectro autista e TDAH.

O pai da criança solicitou a prioridade na fila, que é um direito garantido na Lei Romeo Mion, nº 13.977, de 8 de janeiro de 2020. A lei, que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garante atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados.

"Posso descrever, o tamanho descaso e falta de empatia, de sensibilidade, de respeito ao direito e à lei. Fui, na última terça, ao posto do Rio Card fazer o cartão do meu filho de 5 anos, que é Autista e TDAH. Foi mostrado o laudo, após identificação prévia na recepção, e pedido que o direito dele fosse conferido e concedido, conforme a lei federal Romeu Mion, que dá direito de atendimento imediato e prioritário ao autista por não ter capacidade de enfrentar filas, ainda mais num local onde não tem banco pra todos sentarem, não há ar condicionado, sem ventilação, com apenas um ventilador pra tentar amenizar o calor. As pessoas com necessidades especiais ficam jogadas no corredor, aguardando horas, o banheiro totalmente sujo, fedendo, numa situação em que o vaso não tinha o acento sanitário. Como meu filho não senta na louça do vaso diretamente, eu tive que levar ele na rua pra conseguir banheiro. Ele acabou que não conseguiu segurar e fez no meio da rua, uma situação humilhante. Os funcionários que estavam na sala onde fazem os cartões, agiram com deboche e falta de respeito o tempo todo. Nós chamamos a polícia, mas mesmo assim, eles alegaram que o autista só teria prioridade se ele se mutilasse ou agredisse alguém, ou quebrasse algo ou entrasse em crise, eles queriam que a situação ficasse incontrolável pra agir. Um absurdo, meu filho, assim como outro de outra mãe que estava na sala, entraram em crise de choro de inquietação, estavam acuados. Meu filho gritava, chegou a me bater por estar em crise, o que é compreensível, pedindo pra ir embora, e só depois de uma hora e meia, com advogada e assistente social, eles atenderam contrariados e ainda fizeram a gente esperar mais tempo pra imprimir o cartão. Eu estava com laudos, como o da psicóloga dele, da fonoaudióloga e da neuropsicopedagoga. Mesmo assim, fomos destratados, ignorados e desrespeitados, colocando meu filho numa situação vexatória, humilhante e desumana. Ali eu não briguei só pelo meu filho, mas pelos 3 autistas que estavam presentes", relata Diego Guimarães.

Durante a situação de falta de atendimento, o pai filmou toda a situação, mostrando outras crianças com espectro autista em um canto, além de policiais e funcionários da Rio Card.

O portal Grande Tijuca entrou em contato com a Rio Card para que se pronunciasse sobre o descumprimento da Lei Romeo Mion, porém, até o fechamento dessa matéria, não houve manifestação sobre o caso.


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