Impacta em tudo. A paralisação afeta tudo, o comércio já está afetado. Ainda existe um peso maior, pois já entrou fragilizado este ano. A renovação do contrato da televisão que exigia um grande desfile, pois é um produto que a TV exibe no mundo inteiro e as escolas se endividaram demais. Tem escola que está devendo milhões. A ideia era retomar ao longo dos próximos três anos. Mas veio a pandemia. Destruiu as escolas de samba. Tem escolas com salário atrasado. O governo do Estado tem tido dificuldades de repassar verba", afirma o jornalista e especialista em Carnaval, Robson Aldir.
"E tem a logística. Digamos que as coisas voltem ao normal pelas idas de agosto, teria que desenvolver enredo em setembro, correr pra produzir o Carnaval, já há a dificuldade de captação de recursos pelas empresas, que hoje tem olhos voltados para o Covid. Hoje, o Carnaval do próximo ano é uma grande interrogação. Até também pelo fato de juntar grandes aglomerações, seja nas quadras, nas escolhas de samba-enredo, nos ensaios técnicos e no desfile", finaliza Aldir.
A dificuldade de captação de recursos é compartilhada pelo diretor de Carnaval da Acadêmicos do Salgueiro, Alexandre Couto, que relata reuniões virtuais entre os envolvidos no desenvolvimento do carnaval da escola.