E foi dada a largada para mais uma legislatura. Hoje, no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, no Palácio Tiradentes, os 70 deputados eleitos tomaram posse. E honestamente, foi uma posse peculiar. Protocolos à parte, a cerimônia demorou mais de quarenta minutos para iniciar e tentaram recuperar o tempo perdido. O decano Carlos Minc, já no seu décimo mandato (aliás, belo parênteses, garantiu gargalhadas ao falar que já fazia parte da mobília da Alerj, podendo levar até plaquinha de patrimônio), conduziu a sessão que contou com a tradicional assinatura dos deputados, seu juramento a respeitar o Parlamento e o povo fluminense ( essa parte a gente só vai ver no dia-a-dia), teve momentos bem interessantes.Para o bem, tivemos uma boa renovada de parlamentares, praticamente metade era de novatos, além de a primeira deputada trans do estado, uma deputada autodeclarada indígena e outra asiática. A sessão começou atrasada e no plenário não cabia nem mais um mosquito, de tão cheia que estava. Ainda bem que a onda de covid já passou, porque a aglomeração estava dando gosto.
Enquanto deputados mais experientes davam entrevistas sérias, tentando passar uma imagem de sobriedade, outros achavam que estavam no Xou da Xuxa, mandando beijos pro pai, pra mãe, pra toda família e especialmente pra repórter. Houve quem achasse que estava ainda na eleição, saudando candidato já eleito, Deus, Pátria e Família e perguntas sérias mas que talvez não combinasse com o momento. Povo estava entusiasmado. Vamos saber se isso vai permanecer nos próximos quatro anos.As vestimentas foram um show à parte. Houve um momento que nos perguntamos, é uma solenidade de posse ou casamento civil?
Jamais saberemos.Caneta azul não é só música não, também é terno de deputado, chamou a atenção, de verdade!Tivemos choro, declamação de poesia, gogó potente, deu até susto nos jornalistas que estavam na sala de imprensa, seguido de risadas gostosas, afinal, a gente se lasca mas se diverte. Tivemos inclusive um deputado inovando no visual, naturalmente grisalho, ostentando um castanho marcante em sua cabeleira. Parabéns pela coragem. Sério. Noção, é melhor deixar baixo, já diz a letra. Boa parte dos deputados colou no peito um adesivo quadrado com o apoio ao deputado Rodrigo Bacelar. Ok, a eleição da mesa diretora vai ser tensa, mas poxa, eles têm experiência, custava ser uma praguinha normal de campanha, ou será que não deu tempo de cortar? Fica aí o questionamento. A certeza que saio desta posse é que a política fluminense pode nos render momentos de entretenimento. Para o bem e para o mal. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Por Carol Correa
