A onda de roubo de veículos desencadeada no município do Rio tem influenciado diversas consequências: verba para financiar a compra de armas por parte dos criminosos, desvio de atenção para ações mais contundentes dos bandidos, traumas para as vítimas e, ultimamente, um aumento avassalador dos seguros automotivos. Só na Grande Tijuca, em 2024, 1.132 veículos foram roubados, contra 591 em 2023.
E isso afeta também na região da Grande Tijuca. Por terem muitas comunidades em seu entorno, companhias tem cobrado valores circunstanciais.
"A Tijuca é um pouquinho mais barato e o resto é tudo igual. Grajau, tem comunidade, Andaraí, Vila Isabel. Praça da Bandeira então é saída para tudo quanto é lado, rota de fuga. Alto da Boa Vista também é muito complicado, tem tráfico, milícia. O que barateia é Barra da Tijuca e Zona Sul. Se eu pegar um mesmo veículo e comparar pelo CEP, teremos diferenças de mais de 100%. E tem modelos que as seguradores tem evitado pegar, como algumas SUV", relatou Jaime Miranda, presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Grande Tijuca e que há 44 anos trabalha com seguros.
Um exemplo da diferença de preços está na cotação que obtivemos de um Toyota Yaris Sedan XS Connect 1.5 16V 4 portas Flex Aut. 2021. Abaixo, os valores para o seguro, incluindo Andaraí. A diferença entre o bairro da Grande Tijuca e a Barra ultrapassa 246%.
Bonsucesso - R$ 5.878,41
Andarai - R$ 5.385, 31
Leblon - R$ 3.324,22
Barra da Tijuca - R$ 2.183,00
"O roubo de carro é uma fonte de dinheiro muito importante para esses grupos, por isso funciona de forma organizada, até com gerentes. Por meio dessa renda eles ajudam a financiar a caixinha das facções e as guerras", diz o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, em entrevista ao O Globo.
