Ambulantes do Mercado Popular da Tijuca estão preocupados com uma ação judicial de desocupação realizada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro para reaver o terreno onde fica o tradicional comércio popular tijucano. Segundo os ambulantes, a Associação dos Ambulantes do Mercado Popular da Tijuca foi surpreendida no fim do ano passado com uma ação judicial feita pela Companhia de Transportes Sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro que solicita reaver a posse do terreno que fica entre as rua Almirante Cochrane, Nº 257 e a rua Heitor Beltrão.
O espaço havia sido cedido em outubro de 1996 em um acordo entre o ex-prefeito Cesar Maia e o ex-governador Marcelo Alencar, quando mais de 156 ambulantes que trabalhavam nas calçadas da praça Saens Penã foram reassentados no local.
"Nós estamos aqui desde 1996, cerca de 28 anos e éramos ambulantes que trabalhávamos nas ruas Conde de Bonfim e General Roca. O prefeito do Rio na época, César Maia nos tirou da rua e nos trouxe para cá. Desde essa época, nós fomos colocando telhado, banheiro, colocamos as portas de aço e fomos criando toda uma infraestrutura para podermos trabalhar aqui. Nós estamos muito satisfeitos onde estamos e não queremos sair daqui.Não queremos voltar para as ruas e atrapalhar o ir e vir das pessoas. Nós queremos permanecer aqui e precisamos da colaboração da Prefeitura do Rio e do presidente da Rio Trilhos para que olhe pelas 150 famílias que trabalham aqui. Nós somos na maioria mulheres idosas e não temos condição de ir para outro lugar. Nós inclusive anualmente pagamos a TUAP que é a Taxa de Uso de Área Pública para a Prefeitura do Rio pelo uso do espaço e dividimos as despesas de luz, água, temos faxineiros que fazem a limpeza e segurança. Nós inclusive fizemos um abaixo assinado o SOS Tijuca com aproximadamente 8 mil assinaturas e estamos com um documento online para tentarmos sensibilizar o Governador e o Prefeito para que possam nos dar uma solução. Nós não podemos ficar aqui à deriva. Para onde todos nós vamos? Nós não temos um local na praça Saens Penã que abrigue 200 trabalhadores", disse a Norma Lemos, Presidente da Associação dos Ambulantes do Mercado Popular da Tijuca
O Mercado Popular possui cerca de 145 boxes com 200 trabalhadores e tem um projeto de ampliação feito pela Prefeitura do Rio. A Companhia de Transportes Sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro possui outros terrenos sem qualquer proteção na av. Heitor Beltrão, que estão sem uso e que vem trazendo constantes problemas para a Segurança Pública da região.
O portal Grande Tijuca entrou em contato com a assessoria de imprensa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, com a Companhia de Transportes Sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro e com a Secretaria Municipal Ordem Pública da Prefeitura do Rio para que se pronunciassem sobre a desocupação do terreno do Mercado Popular da Tijuca. Nenhum dos órgãos públicos se pronunciou sobre o caso até o momento.