Um usuário das bicicletas compartilhadas denunciou ao portal Grande Tijuca que há falhas no sistema de segurança e no desbloqueio dos veículos nos pontos espalhados pela cidade. Na estação na Rua Uruguai, ele informou que um grupo de menores tem retirado a etiqueta de identificação e desbloqueio (QR Code) e trocado de lugar, fazendo que o usuário "pague" o acesso para terceiros, consequentemente, com quilometragens altas (e valores maiores). Leia o relato feito à reportagem.
Fui a uma das estações de bike na rua Uruguai e, ao tentar destravar uma bicicleta, notei alguns rapazes suspeitos sentados nas bikes da estação. Achei estranho, mas lembrei que, em algumas estações do bairro, é comum ver jovens ocupando as bicicletas quando ninguém está usando. Escolhi uma disponível e tentei destravá-la.
No aplicativo, constava que a viagem havia sido iniciada, mas as luzes de confirmação (vermelha, amarela e verde) ao lado esquerdo da trava não acenderam, e o som típico de destravamento não foi emitido. Achei isso estranho e continuei tentando várias vezes, saindo e voltando ao aplicativo, achando que se tratava de um problema técnico.
O que realmente levantou minhas suspeitas foi o fato de os rapazes saírem imediatamente após eu "destravar" a bicicleta que planejava usar. Horas depois, recebi uma notificação de que a bike tinha sido devolvida em uma estação bem distante de onde eu estava. Foi aí que percebi o que realmente havia acontecido:
Os rapazes (uns três ou quatro, todos menores de idade) tinham trocado os QR codes das bicicletas. Quando escaneei o QR code da bike que eu planejava usar, na verdade, estava destravando uma das bicicletas que um dos jovens estava montado. Isso explica por que eles me observavam atentamente e, sem usar celular ou outro dispositivo, conseguiram destravar e sair com uma das bikes.
Assim que percebi o golpe, entrei em contato com a Tembici (empresa que administra as bicicletas) para relatar o que, até então, parecia uma falha técnica. Segui as orientações deles, incluindo gravar um vídeo como prova de que não havia usado nenhuma bicicleta e que aquela que, teoricamente, estava registrada como minha no aplicativo ainda estava presa na estação. Como estava atrasado para um compromisso, deixei o local, mas continuei conversando com os atendentes da Tembici. Um deles notou algo errado:
A numeração da bike que eu tentei destravar e mostrei no vídeo não correspondia à bike que havia sido efetivamente desbloqueada. O QR code era de uma bicicleta, mas a numeração era de outra - se tudo estivesse certo, ambos deveriam estar vinculados.
Mais tarde, recebi a notificação de que a bicicleta tinha sido finalmente devolvida em uma estação próxima à comunidade da Indiana (inclusive, esse é o nome da estação, que fica próximo ao Morro do Borel - FOTO ABAIXO).
Reclamei com a Tembici, e eles removeram os encargos pelas horas extras de uso, que teriam sido cobrados indevidamente e me causariam um prejuízo considerável.
A Tembici, responsável pelo sistema de bicicletas compartilhadas no Rio de Janeiro, informa "que tem conhecimento de ações desse tipo e diariamente faz reparos nas bicicletas para garantir o perfeito funcionamento de suas instalações. A empresa também já está instalando QR Codes autodestrutivos nas bikes, que ao serem retirados se rasgam e perdem a validade.
A empresa reforça também a orientação que caso qualquer ato de vandalismo ou comportamento suspeito seja presenciado que entrem em contato por meio dos canais de comunicação".