Moradores da Rua Paula Souza, no Maracanã, tem denunciado o aumento de caramujos africanos pela via e no seu entorno. Eles afirmam que o animal tem aparecido em quintais, calçadas, árvores e em tudo quanto é lugar.
O caramujo africano, segundo especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) podem transmitir duas zoonoses. Uma delas é chamada de meningite eosinofílica, causada por um verme [Angiostrongylus cantonensis], que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões. O ciclo da doença envolve moluscos e roedores. O homem pode entrar acidentalmente neste ciclo. No Brasil, não há registro de nenhum caso desta doença, que já foi verificada em ilhas do Pacífico, no sudeste asiático, Austrália e Estados Unidos.
A segunda zoonose é a angiostrongilíase abdominal, com casos já registrados no Brasil, mas não transmitidos pelo caramujo africano. A angiostrangilíase abdominal [causada pelo parasito Angiostrongylus costaricensis] muitas vezes é assintomática, mas em alguns casos pode levar ao óbito, por perfuração intestinal e peritonite. Em testes realizados em laboratório, Achatinafulicanão se revelou um bom hospedeiro, sendo, portanto, considerado um hospedeiro potencial para o parasita, causador da angiostrongilíase abdominal - mas, friso, trata-se de um hospedeiro potencial.
A Comlurb informa que enviará uma equipe do Centro de Pesquisas e Controle de Vetores , na Rua Paula Ramos, no Maracanã, na segunda-feira, 29/01, para efetuar a remoção dos caramujos africanos e dar a destinação adequada dos exemplares encontrados.
O que fazer quando ver?
A Companhia de Limpeza reitera o apelo para que todos respeitem a limpeza do local, mantendo quintais limpos, sem folhas, e ressalta que é de grande importância o descarte correto dos resíduos domiciliares e lembra que está sujeito a multa quem descartar lixo e entulho em áreas públicas. Quando a população verificar uma grande quantidade desses animais, a presença de uma equipe da Comlurb deve ser solicitada pela Central de Atendimento 1746 da Prefeitura.
Vale destacar que o serviço de controle de caramujos africanos existe desde 2007 na Comlurb, e que a Companhia tem feito um trabalho não somente de remoção, mas também de orientação à população, entregando folders, ensinando a fazer a catação manual dos exemplares, e como evitar sua proliferação com a retirada de folhas acumuladas nos logradouros e áreas públicas do município e nos quintais das residências.