O governo britânico confirmou nesta terça-feira que "monitora de perto" o surgimento de uma "descendente" da variante Delta do coronavírus, que pode ser entre 10% e 15% mais transmissível do que a Delta, que já é, naturalmente, duas vezes mais contagiosa que o Sars-CoV-2 original.
Especialistas a chamaram de AY.4.2 e alertam que sua frequência aumentou no Reino Unido, onde já seria responsável por quase 10% dos novos casos de Covid-19, explicaram dois especialistas ao jornal britânico Financial Times.
Esta nova variante tem duas mutações características na proteína S, "Y145H" e "A222V", o que poderia oferecer benefícios para que o vírus possa sobreviver, disse no Science Media Center o pesquisador François Balloux, um dos dois especialistas citados pelo jornal.
"Se os testes preliminares forem confirmados, a AY.4.2 pode se tornar a variante mais infecciosa do coronavírus desde o início da pandemia. Mas devemos ser cautelosos no momento. O Reino Unido é o único país em que decolou dessa forma, e eu não descartaria que seu crescimento se deva a um evento demográfico fortuito", disse Balloux.
Ainda assim, Balloux pediu que as pessoas não "entrem em pânico", porque embora possa ser "um pouco mais transmissível", não será "algo tão desastroso como o que vivemos anteriormente".
Enquanto isso, um porta-voz oficial do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, destacou hoje que as autoridades estão "monitorando de perto" sua evolução e garantiu que "não hesitaremos em tomar as medidas necessárias".
