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Eleições 2022

Especilista traça projeções políticas para as próximas eleições

Fernanda Galvão acredita que, no Rio, não foi Paes que ganhou e sim Crivella que perdeu

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Eleições acabaram e agora o próximo capítulo do processo democrático é daqui a dois anos, com eleições presidenciais, para governador, além de deputados estaduais e federais e senadores. E as eleições municipais podem ter dado um "recado" para o direcionamento que as eleições tomarão em 2022. Segundo a consultora política e especialista em Inovação na Gestão Pública, Fernanda Galvão, as peças irão girar bastante daqui a dois anos. Confira o panorama registrado pela especialista.

Análise sobre eleições na capital

"No Rio, não foi Eduardo que ganhou, foi Crivella que perdeu. A rejeição ao atual prefeito, se a gente for relembrar o índice que ele registrou em algumas pesquisas, foi quase que replicada na votação do Eduardo Paes, que teve 65% dos votos válidos (a rejeição a Crivella chegou a 70% em algumas pesquisas). Isso significa que Eduardo levou, mas pode não ter vida fácil no seu futuro governo. O carioca e as forças políticas na Câmara não darão a ele carta branca de bandeja. Devemos lembrar também que o Legislativo terá a maior bancada do Psol da história, e este foi o partido que mais fez oposição a Eduardo nos seus mandatos anteriores. Espera-se do prefeito habilidade para resolver os problemas econômicos da cidade, que precisa voltar a crescer e a gerar empregos; e os financeiros, pois o Rio precisa voltar a arrecadar como antes. A cidade ainda conta com obras importantes inacabadas e precisa recuperar sua frota de ônibus, assim como resolver problemas sociais como a presença de moradores de rua. Isso em meio a uma pandemia. Não serão poucos os desafios e pra isso ele precisará de uma boa ponte com a Câmara, o estado e a União".

Análise eleições no Estado pensando em 2022 (governador)

"O governador Cláudio Castro tem também a sua cota de desafios, antes de conjecturar sua reeleição, às voltas com a reforma administrativa do estado e outras questões importantes. O quadro geral ganha nomes que prometem embolar o cenário de 2022, com o prefeito reeleito de Duque de Caxias, Washington Reis, que já é considerado um nome possível para o governo, e a possibilidade de sair um nome da esquerda (Rodrigo Neves/Fabiano Horta) do eixo Niterói-Maricá, com os resultados obtidos nestas duas cidades e em Itaboraí. Não acredito, porém, no surgimento de um novo nome inédito, como foi o caso de Wilson Witzel em 2018".

Análise desempenho Bolsonaro nas eleições

"O presidente Jair Bolsonaro enfrentou diversos desafios para estas eleições. A condução da economia e da pandemia do coronavírus trouxeram para ele um aumento na sua rejeição, e o crescimento de nomes ligados ao centrão é a prova disso. Isso pode significar um abrandamento nas suas atitudes, para reverter sua perda de popularidade, ou ainda um acirramento, para manter ativa a sua base de apoiadores fora do círculo do poder.

Não vejo isso obrigatoriamente como uma rejeição a ele, Bolsonaro. E sim, um reflexo de como são importantes os cenários regionais.

Claro que o bolsonarismo perdeu forças, mas não acho que dê pra cravar que "derreteu" ou que foi de fato o início do seu fim.

Até porque pra se firmar o centrão ainda precisa do medo da esquerda que o bolsonarismo fomenta".

Análise sobre o PT no estado e país

"O PT consolidou sua força no eixo Niterói-Maricá ao levar também em Itaboraí, e mesmo sem ter levado em São Gonçalo mostrou que pode incomodar. Em contraponto ao partido na capital, este pode ser um sinal a ser observado para 2022".

Projeção governadores e presidente em 2022

"Há um movimento natural em política que é o pêndulo oscilar do extremo e voltar para o centro. O resultado destas eleições mostrou justamente que já começa a acontecer este movimento, sem o fenômeno de eleitos extremistas para os Parlamentos municipais. E a tendência é este fenômeno se aprofundar ainda mais em 2022. Isso significa que Bolsonaro não será reeleito? Não necessariamente, pois isso depende de quem serão seus opositores. Mas poderemos observar este movimento nas composições nas casas legislativas, país afora, e no Congresso nacional".

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